Dia Nacional das Mudanças Climáticas: Brasil precisa investir em infraestrutura e logística sustentáveis, afirma especialista

Nesta quarta-feira, 16, será celebrado o Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas. Durante a COP-26, mais de 100 países, entre eles o Brasil, anunciaram que pretendem cortar emissões de metano em 30% até o final da década. Especialista em infraestrutura, logística e comércio exterior, com mais de 50 anos de experiência, afirma que é urgente a necessidade de infraestrutura sustentável no Brasil e alerta para impactos ao Comércio Exterior brasileiro. 

No dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas o Brasil tem pouco a celebrar. Além da promessa assumida durante a última COP-26 para zerar as emissões de carbono até o fim da década, muito pouco tem sido feito do ponto de vista gerencial no país. É o que afirma o especialista em infraestrutura, logística e comércio exterior, Paulo César Alves Rocha. Para ele, é urgente a necessidade de um plano gestor governamental que preveja investimentos em logística e infraestrutura sustentáveis. 

O especialista, que tem mais de 50 anos de experiência e já acompanhou a execução de importantes obras no Brasil, afirma que sem gestão pública consciente e focada na sustentabilidade, o país dificilmente mudará o cenário e cumprirá as metas anunciadas na conferência. Para ele, não haverá mais espaço para crescimento urbano sem planejamento no Brasil e o país não apresenta planejamentos sustentáveis para médio e longo prazo nas questões ambientais.

“O que vimos ao longo das últimas décadas foi o estabelecimento de um cenário de urbanização e viabilização de infraestrutura e logística no país que não considerou, primariamente, a sustentabilidade e o convívio harmônico com o meio ambiente. As cidades brasileiras começaram, há muito pouco tempo, a pensar na sustentabilidade e no equilíbrio com a natureza. Sem uma previsão nacional que conduza mudanças profundas para estabelecer uma logística mais eficiente e sustentável, seguiremos a passos lentos nessa questão”, afirma Paulo César Rocha. 

Impactos no Comércio Exterior 

Para o especialista, que atualmente dirige a empresa LDC Comex — no ramo de Comércio Exterior, avalia que se o governo brasileiro não começar a pensar medidas mais alinhadas com o discurso global a favor do clima, poderá isolar de forma ainda mais intensa o comércio internacional do Brasil. Segundo Paulo César Rocha, a COP-26, deixou clara a intensão de isolar quem não se comprometer, de fato, com as mudanças. 

“A decisão da conferência de não exibir mensagens de líderes que não se fizeram presentes ao encontro, deixam evidente que o não engajamento provocará isolamento e exclusão. O Brasil precisa alinhar seu corpo diplomático para buscar equilíbrio neste contexto internacional, sob pena do país perder ainda mais espaço para o lobby internacional no comércio exterior. Sem investir internamente em ações concretas para alcançar as metas e sem mostrar ao mundo o que está fazendo, o Brasil corre sério risco de ampliar o isolamento comercial internacional”, alerta o especialista. 

*Paulo César Alves Rocha é especialista em infraestrutura, logística e comércio exterior com mais de 50 anos de experiência em infraestrutura, transportes, logística, inovação, políticas públicas de habitação, saneamento e comércio exterior brasileiro. Mestre em Economía y Finanzas Internacionales y Comércio Exterior e pós-graduado em Comércio Internacional pela Universidade de Barcelona. É mestre em Engenharia de Transportes (Planejamento Estratégico, Engenharia e Logística) pela COPPE-UFRJ. Pós-graduado em Engenharia de Transportes pela UFRJ e graduado em Engenharia Industrial Mecânica pela Universidade Federal Fluminense. Tem diversos livros editados nas Edições Aduaneiras.

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