Credit: PeerJ (2024). DOI: 10.7717/peerj.17132

Pesquisadores holandeses e indonésios descobriram uma alta diversidade de corais em condições extremas de temperatura da água do mar. Este estudo, publicado nos periódicos “Diversity” e “PeerJ”, foi conduzido em lagos marinhos de Raja Ampat, Indonésia, e oferece novas percepções sobre a resiliência e adaptação dos corais.

As lagos marinhos são ambientes fechados e isolados, com temperaturas de água de 1 a 3 graus Celsius mais altas do que os recifes de corais convencionais, servindo como laboratórios naturais para estudar os efeitos das mudanças climáticas previstas. Estes ambientes apresentam temperaturas contínuas de até 32,6 graus Celsius, significativamente superiores à média dos recifes de Raja Ampat.

Durante a pesquisa, foram identificadas 37 espécies de corais duros que prosperam em temperaturas elevadas, desafiando as noções atuais sobre a tolerância ambiental dos corais. Estas espécies, que constroem recifes, podem fornecer recursos genéticos valiosos para aumentar a resiliência dos corais às mudanças climáticas.

Os lagos marinhos, além de exibirem temperaturas elevadas, possuem baixos valores de pH e alta turbidez, o que os torna ideais para observar como os corais respondem a cenários climáticos futuros. No entanto, a diversidade de espécies nesses ambientes extremos é menor em comparação com os recifes de águas claras, indicando que apenas um número limitado de espécies pode sobreviver nessas condições adversas.

A bióloga marinha Lisa Becking, do Naturalis Biodiversity Center e da Wageningen University, explica que quando as temperaturas ultrapassam os 31 graus Celsius, a cobertura de corais diminui, permitindo que outros organismos, como algas e vermes, dominem. Ela ressalta a importância de estudar corais vivendo no limite de sua tolerância ambiental e a necessidade urgente de continuar explorando e conservando os ecossistemas marinhos.

Além das pressões globais, como as mudanças climáticas, os recifes de corais enfrentam problemas locais, como pesca excessiva, poluição e erosão. Becking destaca que abordar problemas globais e gerenciar os estressores locais é crucial para aumentar a resiliência dos recifes, comparando a recuperação dos corais à de um sistema imunológico humano, que se recupera mais rapidamente se a saúde geral estiver forte.

Para mais informações, consulte a publicação original aqui.

Este estudo é fundamental para entender como as comunidades de corais podem se adaptar às crescentes pressões das mudanças climáticas e oferece um vislumbre de esperança através da conservação local e gestão ambiental.

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