Efeito da crise climática: 2023 inicia com fortes chuvas, deslizamentos de terra e desaparecidos

Greenpeace Brasil lança iniciativa para apoiar população vulnerável em áreas de risco

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O ano de 2023 iniciou da mesma maneira que finalizou o anterior, com o nível de chuvas acima do normal. Até o momento, cidades do Norte, Sudeste, Sul e Centro Oeste do país têm sido as mais afetadas, com seis estados em alerta vermelho para risco de grandes alagamentos, transbordamentos de rios e deslizamentos de encostas, como: Bahia, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Espírito Santo. Um levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) mostra que somente no mês de dezembro de 2022, 245 municípios decretaram Situação de Emergência e mais de 525 mil pessoas foram afetadas. Além dos deslizamentos, enchentes e enxurradas, foram registradas 33 mortes no mesmo período.

Eventos extremos, como esses, são fenômenos climáticos e meteorológicos que ocorrem em volume intenso e fora dos níveis considerados normais. Secas prolongadas, chuvas torrenciais e ondas de calor eram bem menos frequentes e intensas do que hoje, mas a crise climática alterou essa dinâmica e nos últimos 50 anos, a ocorrência de eventos climáticos extremos se multiplicou por cinco em todo mundo, conforme dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM). “Hoje, esses eventos extremos têm impactado diretamente na vida das pessoas que já se encontram em situações de vulnerabilidade, com altos índices de mortes, desabrigados e desalojados”, afirma o porta-voz de Clima e Justiça do Greenpeace Brasil, Rodrigo Jesus.

Além de reconhecer que a crise climática é a principal responsável pelos eventos extremos, é preciso que os governos trabalhem com um plano que prevê e combata esses danos. Em 2021, o governo Bolsonaro utilizou apenas R$165 milhões dos R$402 milhões dos recursos disponíveis e destinados aos programas de prevenção e resposta aos desastres, sendo o menor de toda a série histórica e cerca de 27,7% menor do que no ano de 2020. Entretanto, no orçamento deixado pela gestão anterior para 2023, sai de R$2,8 milhões, em 2022, para apenas R$25 mil reais neste ano. Uma redução de mais de 90% nos principais projetos e obras de contenção de encostas nas áreas urbanas, no sistema de drenagem e manejo de águas pluviais. “O governo federal também possui instrumentos de planejamento previstos no Plano Nacional de Mudanças Climáticas e no Plano Nacional de Adaptação Climática, no entanto a execução e implementação das ações no último governo não foram efetivas. É preciso colocar essas ações em prática pelo bem da população vulnerável”, finaliza Rodrigo.

Nessa semana, o governo federal liberou R$ 3,2 milhões de reais para os estados mais atingidos pelas chuvas no país. Isso demonstra uma preocupação do governo atual com os eventos extremos causados pelas mudanças climáticas, mas é importante ir além, para que ações como essas venham no sentido da prevenção ao desastre, retirando comunidades de encostas de morros e de regiões suscetíveis a deslizamentos e desabamentos.

Iniciativa para apoiar as famílias vulneráveis

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), mais de 8 milhões de brasileiros vivem em áreas de risco. Desse total, 3,5 milhões de pessoas estão diretamente ameaçadas por riscos associados às chuvas, como deslizamentos de terra, enchentes e alagamentos. Diante desse quadro, o Greenpeace Brasil apoia iniciativas de assistência às populações mais afetadas pelas chuvas, denunciando a situação de calamidade pública que enfrentam. Ao lado de parceiros locais, a organização está apoiando as famílias impactadas, através de uma plataforma para doação em dinheiro, fazendo chegar o que precisa para as famílias impactadas pelas chuvas.

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