Explorando o Universo: Roxo Pode Ser a Cor da Vida em Exoplanetas, Sugere Estudo

Crédito: Domínio público

Em uma virada intrigante para a astrobiologia, pesquisadores da Cornell University sugerem que o roxo pode ser o novo verde na busca por vida em outros planetas. Um estudo recente publicado nos Avisos mensais da Royal Astronomical Society propõe que formas de vida baseadas em pigmentos roxos poderiam ser prevalentes em planetas orbitando estrelas diferentes do nosso Sol.

Historicamente, a busca por vida extraterrestre tem sido centrada na procura por planetas com características semelhantes à Terra, onde a fotossíntese baseada na clorofila verde é dominante. No entanto, a pesquisa liderada por Lígia Fonseca Coelho, pós-doutoranda associada no Carl Sagan Institute (CSI), aponta para a possibilidade de que planetas semelhantes à Terra, mas orbitando outras estrelas, possam apresentar uma biologia alternativa dominada por bactérias roxas.

Estas bactérias utilizam radiação infravermelha para realizar a fotossíntese e são encontradas em ambientes com pouca ou nenhuma luz visível ou oxigênio na Terra. “As bactérias roxas podem prosperar sob uma ampla gama de condições, tornando-as um dos principais competidores pela vida que poderia dominar uma variedade de mundos”, explica Coelho. Este achado sugere que a vida alienígena poderia não apenas existir, mas ser radicalmente diferente da vida na Terra em termos de aparência e ecologia.

A equipe multidisciplinar do CSI, incluindo especialistas como William Philpot, professor emérito da Escola de Engenharia Civil e Ambiental, e Stephen Zinder, professor emérito de microbiologia, está desenvolvendo um banco de dados de sinais de vida para auxiliar os telescópios da próxima geração, como o Extremely Large Telescope e o Habitable Worlds Observatory. Estes instrumentos analisarão a composição química de exoplanetas nas zonas habitáveis de suas estrelas, zonas estas onde as condições são propícias à existência de água líquida na superfície.

Os pesquisadores coletaram e cultivaram mais de 20 variedades de bactérias roxas, que variam em cor desde o amarelo até o vermelho, para entender melhor como esses organismos poderiam influenciar a aparência de um planeta. “O que é coletivamente chamado de bactéria roxa, na verdade tem uma variedade de cores”, diz Coelho. A pesquisa destaca que, antes do advento das plantas verdes, essas bactérias poderiam ter sido dominantes na Terra primitiva e são especialmente adequadas para planetas que orbitam estrelas anãs vermelhas frias.

A possibilidade de detectar um “ponto roxo pálido” em outro sistema solar é um resultado emocionante que poderia desencadear uma série de observações intensivas para confirmar a presença de vida. “Agora temos as ferramentas para procurar essas bactérias roxas, se estiverem prosperando na superfície de uma Terra congelada, de um mundo oceânico, de uma Terra em forma de bola de neve ou de uma Terra moderna orbitando uma estrela mais fria”, explica Coelho.

Lisa Kaltenegger, diretora do CSI e coautora do estudo, ressalta a importância desta pesquisa para a astrobiologia. “Detectar vida é tão difícil com a tecnologia atual que, mesmo que organismos unicelulares sejam encontrados em um só lugar, isso sugeriria que a vida deve estar difundida no cosmos. Isso revolucionaria nosso pensamento sobre a velha questão: estamos sozinhos no universo?”

Este estudo não apenas abre novos caminhos para a busca por vida extraterrestre, mas também amplia nossa compreensão sobre a diversidade de condições em que a vida pode prosperar. À medida que os astrônomos continuam a descobrir exoplanetas que poderiam abrigar vida, a noção de que o roxo pode ser o novo verde em alguns desses mundos oferece uma perspectiva fascinante e amplia as possibilidades de encontrar vida além da Terra.

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