Muito embora a declaração final da COP 27 destaque a necessidade urgente de reduções imediatas, profundas, rápidas e sustentáveis das emissões mundiais de gases do efeito estufa, o texto apenas reafirmou o objetivo do Acordo de Paris, de conter o aumento da temperatura média do planeta abaixo de 2°C em relação aos níveis do período pré-industrial e continuar os esforços para limitar a alta da temperatura a 1,5°C.
Decepções à parte, uma das medidas mais urgentes para conter as mudanças climáticas é a ampliação do uso de energias renováveis e limpas, cuja produção exclua qualquer tipo de poluição, principalmente por emissão de gases de efeito estufa, como o CO₂. Entre as fontes renováveis, uma das mais acessíveis é a energia solar térmica, que não produz nenhum tipo de substâncias poluentes e, portanto, é um investimento no futuro da humanidade.
Atualmente, a capacidade instalada dos sistemas de energia solar térmica no Brasil é de 14,7 gigawatts, pouco superior à geração da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Segundo o estudo Solar Heat World-Wide, da Agência Internacional de Energia (IEA), todos os aquecedores implantados até 2021 no país mundo proporcionaram economia de 45,7 milhões de toneladas equivalentes de petróleo (TEP) e reduziram em 147,5 milhões de toneladas a emissão de dióxido de carbono (CO₂).
“Um único imóvel consegue evitar a emissão anual de mais de 1 tonelada de gás carbônico na atmosfera”, se estiver equipado com aquecedor solar, explica o engenheiro e especialista no tema Luiz Antonio dos Santos Pinto, presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Térmica (ABRASOL). “O parque de energia solar térmica poderia ser muito mais expressivo se houvesse maior apoio do governo e inclusão do sistema, por exemplo, nos projetos habitacionais. Também é importante a conscientização da sociedade sobre os ganhos proporcionados por essa tecnologia, que pode atender residências, comércio, hotéis, hospitais e indústrias.
O presidente da ABRASOL lembra que o potencial brasileiro é imenso, considerando que o país tem a presença da luz solar praticamente o ano inteiro, em todo o seu território, tecnologia própria avançada na área e um parque industrial com capacidade imediata para atender a um crescimento expressivo da demanda. Vale destacar que o Brasil apresentou o segundo maior crescimento do mercado solar térmico do mundo em 2021, com 28%, atrás apenas da Itália (83%) que teve política pública favorável no ano, e à frente de nações como os Estados Unidos (19%) e a Índia (16%).
Energia limpa
A energia obtida em todo o processo é limpa, gratuita e abundante. Além disso, os aquecedores apresentam vida útil de mais de 30 anos, com a manutenção feita apenas por uma simples limpeza anual, e facilidade de instalação em áreas mais remotas. Seu sistema não é ligado à rede elétrica. Sua fonte de energia é somente o Sol.
