Mais de 190 milhões de crianças em 10 países africanos estão em risco devido a “tríplice ameaça”, diz Unicef

Doenças, alterações climáticas e condições de higiene e saneamento colocaram a África Ocidental e Central, como uma das regiões mais inseguras do mundo em termos de água

O fundo da ONU para a infância, Unicef, alertou nesta segunda-feira (20), que cerca de 190 milhões de crianças em 10 países africanos estão em risco devido a “tríplice ameaça” relacionada a questões de água: doenças, alterações climáticas e condições de higiene e saneamento. O estudo foi divulgado às vésperas da Conferência da Água da ONU e revela onde a necessidade da incorporação de soluções e políticas públicas devem ser urgentes.

Os países mais afetados são Benin, Burquina Faso, Camarões, Chade, Costa do Marfim, Guiné Conacri, Mali, Níger, Nigéria e Somália. O estudo ainda apontou que quase um terço das crianças não têm acesso a água em casa e dois terços não têm serviços básicos de saneamento. Não tendo escolha, a não ser praticar defecação a céu aberto. 

Fernando Silva, CEO da PWTech, startup de purificação de água contaminada, referência no apoio a países em situações de crises humanitárias, como a Ucrânia, Haiti, Tonga, Madagascar e Síria, explica que doenças relacionadas à água são recorrentes em comunidades afastadas, que sofrem pela falta de infraestrutura e políticas públicas bem definidas.

“Essas comunidades costumam pegar água da chuva, dos rios, lagos ou de poços artesianos. Essa água, geralmente, não têm a qualidade potável necessária para o seu consumo diário, desencadeando em doenças de veiculação hídrica. Isso pode acontecer direta ou indiretamente, pela água ou pelo contato da pele com superfícies contaminadas. Em decorrência da extrema pobreza, muitas pessoas pertencentes à comunidade costumam andar quilômetros para conseguir um balde de água”, explica Silva. 

Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), apontam que, no Brasil, anualmente, 15 mil pessoas morrem e 350 mil sejam internadas devido a doenças ligadas à precariedade do saneamento básico. Hoje, mais de 35 milhões de brasileiros sofrem com a falta do acesso à água tratada e 100 milhões não têm sistemas de tratamento de esgoto.

No Dia Mundial da Água (22), a ONU informou que um quarto da população mundial não têm acesso a água própria para o consumo, totalizando dois bilhões de pessoas sem o recurso hídrico. O empresário reforça que a água é essencial para o funcionamento do organismo de todos os seres vivos e por isso ela deve ser priorizada em toda a estratégia do estado.

“Hoje, a ingestão recomendada de água de oito copos, cerca de dois litros por dia, raramente corresponde às necessidades reais do grupo. O consumo pode variar de acordo com idade, gênero, aspectos físicos e  umidade do ar, podendo variar  entre 1,3 a 1,8 litros por dia para o funcionamento completo do organismo”, diz.

Para ajudar as famílias localizadas em comunidades carentes, a PWTech, em parceria com duas universidades de renome brasileiras, Ufscar (Universidade São Carlos) e USP (Universidade de São Paulo), criou um equipamento capaz de purificar 5.760 litros de água por dia; 4 litros por minuto. Com uma tecnologia de fácil acesso, o PW5660 elimina 100% dos vírus e bactérias presentes na água, tornando-a própria para o consumo humano. É uma tecnologia que, segundo o CEO, foi criada para ir onde a rede de distribuição não vai.

Artigo anteriorMirante de Paris no Jacaré é destaque no turismo cultural”
Próximo artigoNovo relatório climático faz “ultimato” para comunidade mundial
Avatar
Para falar conosco basta enviar um e-mail para redacaomeioambienterio@gmail.com ou através do nosso whatsapp 021 989 39 9273.