Credit: Korea Institute of Machinery and Materials (KIMM)

Navios, os gigantes dos mares, há muito tempo têm sido uma fonte significativa de poluição atmosférica devido às suas emissões de óxidos de nitrogênio (NOx). Porém, uma nova tecnologia pode mudar esse cenário: o uso de amônia como combustível. Pesquisadores da Universidade de Manchester, no Reino Unido, desenvolveram um novo catalisador que pode viabilizar o uso de amônia em motores de combustão interna, oferecendo uma alternativa promissora aos combustíveis fósseis e uma maneira de reduzir drasticamente as emissões de NOx.

A necessidade de encontrar formas mais limpas de propulsão marítima é urgente, já que o transporte marítimo é responsável por uma parcela significativa das emissões globais de poluentes. A amônia tem se destacado como uma opção atraente devido à sua alta densidade de energia, facilidade de armazenamento e capacidade de produção a partir de fontes renováveis, como energia eólica e solar.

O desafio, no entanto, tem sido o desenvolvimento de sistemas de combustão interna que possam operar eficientemente com amônia. Os motores a diesel, que dominam a indústria naval atualmente, não são compatíveis com esse combustível alternativo sem modificações significativas. É aqui que entra o novo catalisador desenvolvido pelos pesquisadores britânicos.

O catalisador, baseado em nanotubos de carbono, mostrou-se altamente eficaz na decomposição da amônia em nitrogênio e hidrogênio em temperaturas relativamente baixas. Essa decomposição é crucial para a utilização da amônia como combustível em motores de combustão interna. Além disso, os pesquisadores afirmam que o catalisador é altamente seletivo, o que significa que produz quantidades mínimas de subprodutos indesejados.

A pesquisa representa um avanço significativo na busca por alternativas aos combustíveis fósseis no setor marítimo. No entanto, há desafios a serem superados antes que a amônia possa ser amplamente adotada como combustível. A infraestrutura de abastecimento precisa ser desenvolvida, os motores precisam ser adaptados e os padrões regulatórios devem ser estabelecidos para garantir a segurança e a eficiência do uso de amônia como combustível marítimo.

Apesar dos obstáculos, muitos especialistas veem a amônia como uma solução promissora para reduzir as emissões de gases de efeito estufa no transporte marítimo. Com o desenvolvimento contínuo de tecnologias como o catalisador de nanotubos de carbono, a transição para uma frota marítima mais limpa e sustentável pode estar no horizonte.

Fonte: Tech Xplore