Saúde integral feminina: Saiba como cuidar de você

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O atendimento à saúde integral feminina vem para enfrentar o desafio à proteção de meninas, adolescentes e mulheres que enfrentam todos os tipos de violência de gênero em seus espaços de convivência.

É sempre indispensável ter o máximo de cuidado com este aspecto. Ainda que tenha uma vida atribulada, é preciso dar atenção ao seu bem-estar e qualidade de vida, melhorando seu dia a dia e aumentando sua expectativa de vida.

Saúde integral da mulher

No decorrer da história, diferentes processos políticos, aliadas ao processo de atualização do conhecimento, resultaram na percepção de que cuidar da mulher é muito mais que curar doenças que atingem especificamente o universo feminino.

É preciso dar garantias quanto à qualidade do bem-estar físico, emocional e mental da mulher, que são influenciados por diversos aspectos.

É fundamental que a mulher seja atendida em todas as fases de sua vida, considerando as diferentes necessidades de cada etapa, considerando pontos como sua saúde ocupacional.

Juliana Mittelbach é enfermeira no Complexo do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e doutoranda em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e traz algumas explicações.

Para ela, integralidade inclui as diferentes etapas de atenção às necessidades da mulher, tais como:

  • Promoção;
  • Prevenção;
  • Tratamento;
  • Reabilitação;
  • Educação em saúde.

É importante que todas essas ações estejam relacionadas à compreensão das desigualdades econômicas, de gêneros, territoriais, raciais, e todos os fatores que afetam o acesso à saúde e aos direitos básicos da mulher.

Esses fatores podem determinar como as mulheres se sentem e se relacionam com suas próprias queixas, doenças e mal-estares, principalmente em casos de foco cirúrgico.

Nessa equação também é preciso considerar os efeitos específicos da pandemia de Covid-19 sobre essa população.

Somente em 2021, o anuário divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apontou 30.861 agressões por violência doméstica, um aumento de 0,6% em relação a 2020.

Esse documento registrou também 597.623 ameaças, com um aumento de 3,3% e 619.353 chamadas ao 190, com um aumento de 4%. As medidas protetivas de urgência aumentaram cerca de 13% em relação ao ano anterior, com um número de 370.209 medidas.

Trazendo a saúde da mulher para o centro do debate político 

Segundo uma coleta de dados públicos, realizada pela Fundação Abrinq, existem grandes desafios para o cumprimento das metas coletivas internacionais da Agenda 2030 das Nações Unidas.

Um dos maiores desafios é a proteção de meninas, adolescentes e mulheres que enfrentam diversos graus de violência em seus espaços de convivência, principalmente após a pandemia de Covid-19.

Uma dessas metas é reduzir a mortalidade materna para, no máximo, 30 mortes a cada 100 mil nascidos vivos, levando a uma queda para mais da metade do número atual, que é de 67,9 em relação a nossa população.

Essa deve ser uma preocupação da sociedade e de toda a cadeia de saúde, desde um fornecedor de produtos hospitalares até os profissionais de saúde.

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgou dados que apontam 66.020 estupros no Brasil somente em 2021, sinalizando um aumento de 4,2% no crime.

Em 75,5% dos casos, as vítimas eram vulneráveis, incapazes de consentir com o ato sexual. 61,3% das vítimas tinham até 13 anos e em 79,6% dos casos o autor era conhecido.

No ano de 2020, das 29.861 vítimas de violência e exploração sexual, 86,6% eram mulheres e menores de 19 anos. Dessa parcela, 57,7% eram negras, indicando uma sobreposição de vulnerabilidades para essas mulheres.

Populações indígenas, quilombolas e outras comunidades tradicionais costumam ser foco de programas específicos de saúde, mais capazes de lidar com as demandas próprias de cada território.

Juliana Mittelbach chama atenção para o fato de que mesmo assim é muito difícil garantir o atendimento integral às populações vulnerabilizadas.

Isso inclui o atendimento tanto nos casos de violência, quanto em procedimentos cirúrgicos, como um transplante de fígado. Atualmente o atendimento especializado e integral para mulheres vítimas de violência doméstica e sexual pelo SUS é garantido por lei.

É estabelecido pela Constituição, entre outros direitos, o acompanhamento psicológico e cirurgias plásticas reparadoras, além da ampliação da rede de cuidados.

Nesse sentido, a intersetorialidade é um dos fatores-chave para evitar a revitimização dessas mulheres, uma violência institucional que gera intimidação, sofrimento e estigmatização de acordo com a Lei 14.321 de 31 de março de 2002.

Quando uma vítima recorre ao sistema de saúde para realizar uma denúncia ou buscar acolhimento é preciso protegê-la no diálogo com os outros níveis de assistência. É importante que os profissionais de todos os órgãos estejam capacitados para esse tipo de atendimento.

Caso contrário, meninas e mulheres estarão sujeitas a outros tipos de violências, como acontece em casos de negação de equipes de saúde na interrupção da gestação em situações já garantidas por lei, como anencefalia, estupro e risco de vida para a mãe.

Mesmo no ambiente corporativo isso deve ser considerado e uma empresa de trepanaçao craniana precisa estar atenta às necessidades e problemas de suas funcionárias.

7 cuidados para a saúde da mulher

Cada mulher tem suas próprias necessidades específicas quanto à atenção com a saúde e o bem-estar. Mas algumas recomendações são gerais e importantes para melhorar a qualidade de vida e aumentar a segurança das mulheres. Trouxemos 7 cuidados especiais para a sua saúde.

1 – Tenha uma alimentação saudável

Ainda que essa seja uma recomendação universal, uma alimentação saudável é uma parte fundamental da saúde feminina.

As mulheres têm mais tendência de acumular gordura em certas partes do corpo, então o cuidado com o cardápio diário faz toda a diferença para controlar os níveis de colesterol e outras substâncias no sangue.

Não se trata de fazer dietas restritivas e sim de garantir uma nutrição adequada, dando preferência para produtos vegetarianos.

2 – Realize exames periodicamente

De tempos em tempos é preciso fazer um check-up para diagnosticar doenças de forma precoce e receber as orientações certas. Pelo menos uma vez ao ano é preciso realizar exames importantes, como a mamografia e o papanicolau.

Dependendo de fatores como idade, histórico familiar e outros fatores de risco, essa frequência pode ser menor.

3 – Visite o médico com frequência

As visitas ao médico especializado na saúde da mulher devem acontecer tanto para exames quanto quando surgir qualquer sintoma ou desconforto.

É importante conversar com especialistas para definir os melhores métodos de contracepção ou para tirar dúvidas sobre o próprio corpo.

4 – Pratique atividades físicas

Cuide também do seu bem-estar físico. Para isso é preciso praticar atividades físicas e exercícios.

Você não precisa viver na academia, a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é a prática de 30 minutos diários de atividade moderada, 5 vezes na semana.

Com um aparelho de musculação para pernas e glúteos você foge do sedentarismo e deixa seu corpo mais saudável.

5 – Dê atenção à saúde mental

É preciso pontuar que a saúde da mulher não é apenas a parte física. É preciso cuidar da saúde mental, especialmente diante de problemas psicológicos. É importante tratar quadros de depressão, estresse e ansiedade corretamente para garantir o bem-estar no cotidiano.

6 – Cuide da higiene íntima

Também é preciso dar atenção para a sua região íntima para evitar infecções comuns, como a candidíase. Use apenas produtos recomendados para a região e pelos médicos, evitando uma limpeza agressiva.

Atente-se também para alguns hábitos, como não usar roupas muito apertadas, não ficar com a roupa íntima ou o biquíni molhado por um longo tempo e não compartilhar certos objetos pessoais.

7 – Previna-se contra doenças

Mulheres com a vida sexual ativa precisam eleger corretamente os métodos de prevenção de doenças e de contracepção.

O método mais eficaz para prevenir infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) é o uso de preservativo. É preciso ter atenção aos relacionamentos e fazer testes frequentes para detectar esse tipo de doença.

Prevenindo-se quanto aos mais diversos tipos de doenças, não somente as sexualmente transmissíveis, provavelmente adiar o uso de aparelhos, como um aparelho de ouvido para surdez.

Conclusão: A importância de conhecer o próprio corpo

Cuidar da saúde da mulher em grande parte é conhecer o próprio corpo. É preciso dar atenção para si, como um cuidado especial que faz toda a diferença para o bem-estar.

Ficar de olho em seu corpo permite identificar sinais que devem receber a atenção de um médico, por menores que sejam.

Por exemplo, se você controla sua menstruação e ela está atrasada de forma atípica, certamente é o momento de marcar uma consulta com o ginecologista para ver se está tudo bem.

Fazendo o autoexame de mama é possível identificar protuberâncias e caroços entre uma mamografia e outra. Também é importante avaliar sintomas diversos, como dores de cabeças, mudanças de humor ou flutuações no peso.

Isso permite que você busque ajuda antecipadamente, afinal o diagnóstico precoce de doenças fornece mais chances de cura. Isso também é importante dentro da sexualidade, de forma que conhecer seu corpo é indispensável para uma vida sexual saudável.

Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.

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Formado em Jornalismo e Comunicação Social. Assessor digital pela equipe Guia de Investimento. Meu compromisso é entregar conteúdos de qualidade para diversos setores, entre os principais: Tecnologia, finanças e meio ambiente.