A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos de funcionários da Petrobras aprovaram a realização de uma paralisação no início do expediente na próxima sexta-feira em protesto contra a venda de ativos da companhia. Além disso, a FUP e seus sindicatos aprovaram um calendário de assembleias para avaliar uma possível greve da categoria.
A diretoria executiva da companhia decidiu retomar o processo de transferência de ativos que já tiveram contratos de venda assinados, após análises preliminares. A Petrobras tem pendentes transações já assinadas de mais de 2 bilhões de dólares. As análises foram realizadas após pedido do Ministério de Minas e Energia para uma suspensão das alienações de ativos por 90 dias, em razão da reavaliação da Política Energética Nacional.
Os processos em que não houve contratos finais assinados seguirão em avaliação pela petroleira. A deliberação “rápida” da diretoria da Petrobras vai contra o que foi defendido em campanha pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.
O protesto da FUP é uma forma de se opor à venda de ativos da Petrobras e pedir a saída da diretoria anterior, que ainda está em grande parte presente na atual gestão da companhia. O movimento também é uma forma de pressionar o governo a mudar o curso da política energética nacional. A Petrobras não se pronunciou imediatamente sobre o protesto.
Geralmente, a companhia coloca equipes de contingência para atuar nas operações, evitando impactos mais acentuados na produção quando a paralisação não chega a ser ampla. Nomes indicados à diretoria e ao conselho da estatal pela União e pelo novo presidente, Jean Paul Prates, passam por testes internos de integridade e elegibilidade. A expectativa é que os novos nomes possam ser aprovados em assembleia de acionistas no fim de abril.
