Credit: Vicki Kuhn

Cientistas liderados pela University College London (UCL) identificaram galáxias gigantes semelhantes à Via Láctea em um estágio muito inicial da história do universo, apenas 3 bilhões de anos após o Big Bang. Essa descoberta surpreendente desafia as teorias atuais sobre a formação e evolução galáctica.

Utilizando dados do Telescópio Espacial James Webb (JWST), a equipe da UCL analisou imagens de alta resolução do universo distante e encontrou galáxias espirais massivas já bem desenvolvidas. Anteriormente, acreditava-se que tais estruturas complexas levassem muito mais tempo para se formar. “Essa é uma descoberta revolucionária”, afirmou o Dr. Garth Illingworth, coautor do estudo. “Nossas observações sugerem que galáxias como a Via Láctea começaram a se formar muito mais cedo do que imaginávamos.”

Detalhes da Descoberta

A pesquisa concentrou-se em seis galáxias massivas que exibem discos espirais, uma característica distintiva da Via Láctea. Estas galáxias foram observadas no “universo bebê”, em um tempo em que o cosmos tinha apenas 20% da sua idade atual. Os cientistas ficaram surpresos com o quão bem desenvolvidas essas galáxias eram, desafiando o modelo convencional de formação galáctica, que sugere que as galáxias espirais evoluem lentamente a partir de sistemas menores e mais caóticos.

“A estrutura dessas galáxias é surpreendentemente madura”, disse a Dra. Francesca Rizzo, principal autora do estudo. “Elas possuem características que associamos com galáxias muito mais velhas, sugerindo que processos desconhecidos podem ter acelerado sua formação.”

Implicações para a Astronomia

Essa descoberta tem profundas implicações para a compreensão de como as galáxias se formam e evoluem. Até recentemente, os modelos sugeriam que galáxias grandes e espirais como a Via Láctea se formavam lentamente ao longo de bilhões de anos, passando por etapas de fusões violentas e crescimento gradual. As novas evidências, no entanto, indicam que algumas galáxias massivas atingiram maturidade em um período muito mais curto.

Os dados obtidos pelo JWST oferecem uma visão sem precedentes do universo primordial, permitindo aos cientistas verem detalhes que antes eram invisíveis. “Estamos reescrevendo os livros de astronomia”, destacou Illingworth. “O JWST nos deu um olhar detalhado sobre o universo jovem, e o que estamos vendo desafia todas as nossas expectativas.”

O Papel do Telescópio Espacial James Webb

O Telescópio Espacial James Webb tem sido fundamental para esta pesquisa. Com sua capacidade de captar luz infravermelha, o JWST pode observar galáxias tão distantes que sua luz levou bilhões de anos para chegar até nós. Isso significa que estamos vendo essas galáxias como eram pouco tempo após o Big Bang.

Essas observações revelaram galáxias massivas e maduras, cujas estruturas espirais são surpreendentemente similares à Via Láctea. O JWST não apenas confirmou a existência dessas galáxias antigas, mas também permitiu que os cientistas estudassem sua composição e dinâmica em detalhes impressionantes.

Próximos Passos na Pesquisa

Os astrônomos agora planejam usar o JWST para examinar mais galáxias do universo primordial, buscando entender os processos que permitiram a formação precoce de estruturas complexas. “Estamos apenas arranhando a superfície”, disse Rizzo. “Há muitas mais galáxias por descobrir e muitos mistérios por resolver sobre como essas maravilhas cósmicas se formaram tão cedo na história do universo.”

Esta descoberta abre novas portas para a pesquisa astronômica e pode levar a revisões significativas dos modelos de formação de galáxias. Com o poder do JWST, os cientistas estão preparados para explorar esses novos horizontes e desvendar os segredos do cosmos.

Fonte: Phys.org