As exportações da China tiveram um aumento inesperado em março, com um salto de 14,8% em relação ao ano anterior, interrompendo cinco meses consecutivos de quedas e surpreendendo economistas que previam uma queda de 7,0%. Esse aumento foi impulsionado em parte pela recuperação de encomendas atrasadas devido aos problemas causados pela Covid-19 no ano passado, mas também foi influenciado pela forte demanda por veículos elétricos, produtos solares e baterias de lítio.
Apesar do crescimento das exportações, analistas alertam que as perspectivas para a demanda global permanecem fracas e que o salto provavelmente está relacionado à pressa dos exportadores em atender a uma carteira de pedidos afetada pela pandemia nos últimos meses. “É improvável que o crescimento forte das exportações se sustente, dadas as fracas perspectivas macro globais”, disse Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management.
Enquanto isso, as importações caíram apenas 1,4%, contra uma previsão de queda de 5,0% e contração de 10,2% nos dois meses anteriores. Isso se deve em parte à aceleração na compra de produtos agrícolas, especialmente soja. Os aumentos nas importações de petróleo bruto, minério de ferro e soja no mês foram compensados por uma queda nas importações de cobre.
Lv Daliang, porta-voz da Administração Geral das Alfândegas, atribuiu a surpresa ao aumento da demanda por veículos elétricos, produtos solares e baterias de lítio, mas alertou que as condições podem piorar daqui para frente. “O ambiente externo ainda é grave e complicado no momento”, disse Lv a repórteres em Pequim na quinta-feira. “A demanda externa lenta e os fatores geopolíticos trarão maiores desafios para o desenvolvimento comercial da China”, acrescentou.
Embora as exportações da China tenham tido um aumento inesperado em março, a incerteza em relação às perspectivas macro globais e a demanda global ainda fraca sugerem que a recuperação pode ser temporária.
