Fósseis de 12 Milhões de Anos Revelam Nova Espécie de Predador Antigo

Pesquisadores anunciaram a descoberta de uma nova espécie de predador a partir de fósseis encontrados na América do Norte, datados de 12 milhões de anos. A nova espécie, identificada por um esqueleto quase completo, revela informações valiosas sobre a diversidade e evolução dos grandes mamíferos carnívoros durante o período Mioceno. Este achado, detalhado em um artigo publicado na revista “Nature Communications”, destaca a rica biodiversidade da época e expande o conhecimento sobre os antigos predadores que dominavam a Terra.

A nova espécie, nomeada Amphicyon lydekkeri, pertence ao grupo dos anficiônidos, popularmente conhecidos como “cães-ursos” devido à sua aparência híbrida entre cães e ursos. Esses animais eram grandes predadores que variavam em tamanho e forma, ocupando nichos ecológicos semelhantes aos dos grandes carnívoros modernos.

O esqueleto foi descoberto em um leito fóssil no oeste do Nebraska, uma região conhecida por suas ricas camadas de fósseis do Mioceno. A análise dos fósseis indica que o Amphicyon lydekkeri tinha um tamanho comparável ao de um leão moderno, com poderosas mandíbulas e dentes afiados, adaptados para caçar grandes presas.

“Esta descoberta é significativa porque nos oferece um olhar detalhado sobre a morfologia e o comportamento de um dos principais predadores da época”, afirmou o Dr. Blake Ferrell, paleontólogo da Universidade de Michigan e autor principal do estudo. “O Amphicyon lydekkeri era um carnívoro impressionante, e sua existência nos ajuda a entender melhor a complexa teia de vida durante o Mioceno.”

Os cientistas usaram técnicas avançadas de imagem e análises filogenéticas para comparar o Amphicyon lydekkeri com outras espécies de anficiônidos e com carnívoros modernos. Os resultados mostram que essa nova espécie tinha características únicas que a diferenciavam de outros membros do grupo, indicando uma adaptação específica ao seu ambiente.

Durante o período Mioceno, que durou de aproximadamente 23 a 5,3 milhões de anos atrás, a América do Norte era um continente vibrante, repleto de vastas savanas e florestas. Grandes herbívoros, como os primitivos cavalos e camelos, forneciam abundante alimento para predadores como o Amphicyon lydekkeri. As interações entre predadores e presas durante esse período foram cruciais para a evolução dos mamíferos e a formação dos ecossistemas modernos.

“Através do estudo desses fósseis, podemos reconstruir ecossistemas antigos e entender como as espécies interagiam e evoluíam”, explicou a Dra. Emily Benson, coautora do estudo e pesquisadora da Universidade de Wyoming. “O Amphicyon lydekkeri é uma peça importante do quebra-cabeça para compreender a biodiversidade do passado.”

Além de ampliar nosso conhecimento sobre a fauna do Mioceno, a descoberta também tem implicações para a compreensão da evolução dos carnívoros em geral. Os anficiônidos, embora extintos, são um grupo crucial para estudar a evolução dos grandes mamíferos carnívoros, pois representavam alguns dos maiores predadores terrestres de sua época.

O estudo dos fósseis de Amphicyon lydekkeri continuará, com pesquisadores buscando entender mais sobre seus hábitos alimentares, comportamentos de caça e seu papel no ecossistema do Mioceno. Essas informações podem fornecer pistas importantes sobre como as mudanças ambientais e a competição com outras espécies influenciaram a evolução dos grandes carnívoros.

Os fósseis estão agora em exibição no Museu de História Natural de Nebraska, onde os visitantes podem ver de perto este fascinante predador antigo e aprender mais sobre a rica história da vida na Terra.

Fonte: Phys.org, 12 de junho de 2024

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