Com a pandemia da Covid-19, o mercado de trabalho teve que se adaptar a uma nova realidade. Muitas mudanças ocorridas nesse período vieram para ficar: a importância do bem-estar e da qualidade de vida dos trabalhadores ganhou mais visibilidade, e as empresas passaram a buscar formas de incentivar que seus colaboradores possam ter maior equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional.

Neste cenário, os benefícios corporativos ganharam destaque, sendo responsáveis por atrair e reter talentos. Segundo pesquisa da fintech Onze, realizada em 2023, o pagamento de refeições ou do vale-alimentação estão entre os mais valorizados pelos trabalhadores, sendo considerados importantes para 47% das pessoas que participaram do estudo. 

O bem-estar físico e mental também tornou-se pauta recorrente nas companhias. Pesquisa recente do Datafolha revelou que “um terço dos brasileiros diz ter ansiedade, problemas com sono e alimentação”. Dessa forma, os trabalhadores também têm valorizado empresas que disponibilizam esse tipo de cuidado, como o  benefício Gympass, um programa corporativo de bem-estar físico, mental e nutricional; cobertura para atendimento psicoterápico; plano de saúde; entre outras opções.

Custos de vida preocupam geração Z e millennials 

Estudo realizado pela Delloite, em 2023, identificou que a geração X e os millenials estão preocupados com os custos de vida e o futuro financeiro. A pesquisa foi feita com pessoas de 44 países a fim de entender as expectativas, os anseios e as opiniões de ambos os públicos.

Os resultados mostraram que mais da metade vivem de salário em salário e têm dificuldade para economizar ou investir. A preocupação mais comum entre os entrevistados é o custo de vida, informado por 35% das pessoas ouvidas que integram a geração Z e 42% dos millennials.

A situação parece ainda mais desafiadora quando se trata de adquirir uma casa própria, pois 61% da geração Z e 62% dos millennials acreditam que alcançar tal objetivo financeiro é uma tarefa árdua ou, simplesmente, fora de alcance.

Se por um lado os millennials estão conseguindo recuperar um certo controle no mercado de trabalho após a pandemia da Covid-19, por outro, a Geração Z enfrenta um momento complicado: os jovens se formaram em meio à crise e enfrentaram a redução da empregabilidade. No momento, buscam espaço em uma economia em que as dinâmicas do  de trabalho mudaram drasticamente.

Neste contexto, a oferta de benefícios pelas empresas pode ser um atrativo para os dois perfis de profissionais. Produtos como vale-alimentação, tíquete-refeição, cartões flexíveis, auxílio-creche e planos de saúde e odontológico contribuem para reduzir a pressão do custo de vida.

Segundo a Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), a oferta de benefícios corporativos pode contribuir não somente para a atração e a retenção de talentos, como também para a maior satisfação da equipe, o que favorece o engajamento e aumenta a sua  produtividade. 

Quais benefícios devo aderir?

Acompanhar as tendências do mercado é a primeira orientação para que as empresas assegurem a competitividade do pacote de benefícios. A flexibilidade tem se mostrado a alternativa mais atrativa aos profissionais. 

A ABRH explica que “o modelo flexível permite que o colaborador personalize seu pacote de benefícios de acordo com suas necessidades individuais”. Pesquisa realizada pela Robert Half, empresa de recrutamento especializado, em 2023, identificou que 81% dos entrevistados têm desejo de eleger seus próprios benefícios. Porém, 83% das companhias não oferecem essa possibilidade de escolha. 

Essa tendência, se for implantada de forma correta, pode impulsionar a empresa para um cenário de mais sucesso. Para a ABRH, o programa de benefícios flexíveis aumenta o  compromisso da empresa com a diversidade e fortalece a construção de um ambiente de trabalho saudável, onde os colaboradores se sentem valorizados.

Mas antes de implantar um programa de benefícios flexíveis, é preciso levar em conta a estratégia da empresa e o processo de gestão. Também é necessário avaliar o perfil dos colaboradores, os custos e os riscos envolvidos. 

Para isso, a ABRH recomenda a realização de reuniões com os gestores e a aplicação de pesquisas internas que permitam identificar o perfil dos colaboradores. O alinhamento entre o que os profissionais desejam e o que a empresa pode oferecer é apontado como a melhor estratégia para a criação do pacote de benefícios.

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