O cloud seeding, método de “fazer chover”, funciona?

No atual contexto climático, a ciência busca alternativas para reduzir os eventos catastróficos e seus impactos

Diversos estudos científicos recentes demonstram a catástrofe climática que o planeta Terra vive atualmente. Nos noticiários, é cada vez mais comum acompanhar notícias sobre ciclones, enchentes e secas desmedidas com impactos terríveis sobre a população local.

Alguns exemplos disso são: mortes, insuficiência de alimentos, destruição da infraestrutura física da cidade e necessidade de investimento estatal urgente para refazer o que a catástrofe destruiu. Eventos até então naturais, como o La Niña, também sofrem mudanças em sua intensidade.

Tais eventos meteorológicos extremos provocam preocupação e a busca por métodos para reduzir a ocorrência desses fenômenos, bem como os seus impactos. Um dos métodos discutidos atualmente é o cloud seeding. Você já ouviu falar sobre ele? Confira com detalhes a seguir!

O que é cloud seeding

No atual contexto de catástrofe climática, boa parte do Hemisfério Norte do planeta tem vivido verões cada vez mais quentes e secos, com uma maior ocorrência de incêndios, além da escassez de água. Na prática, isso resulta em perda de alimentos. 

Na tentativa de obter água suficiente para produzir alimentos, hoje se discute o método conhecido como semeadura de nuvens (ou cloud seeding, em inglês). Ele consiste na inoculação das moléculas de água que formam a chuva em certas partículas, como o iodeto de prata e o cloreto de sódio, além do dióxido de carbono sólido (gelo seco). Vale lembrar que, para gerar chuva artificial pela técnica de semeadura de nuvens, a atmosfera precisa ter alguma umidade.

Esse processo agiliza a condensação do vapor que então vai cair sob a forma de chuva. Na prática, essa chuva artificial é uma técnica usada para juntar as partículas de água e formar chuvas, e os sais de prata é que provocam essa aglutinação de gotas, já que as suas moléculas apresentam geometria muito parecida com aquela vista na água da chuva.

Riscos e críticas 

Hoje, mais de 50 países do mundo adoram o cloud seeding na tentativa de lidar com os prejuízos causados pela falta de água em diferentes áreas de seus territórios. Contudo, existem questionamentos sobre os riscos e a viabilidade dessa técnica.

Embora a semeadura de nuvens possa melhorar a produção agrícola e evitar condições ambientais adversas, esse procedimento é questionado e até criticado por parte da comunidade científica e por ambientalistas. 

A primeira crítica se refere aos danos provocados ao meio ambiente pelos produtos químicos (como iodeto de prata) usados para semear a chuva. Ao se misturar com a chuva, tais substâncias podem prejudicar o desenvolvimento de plantas, animais e seres humanos e se acumular na natureza. 

Um dos efeitos provocados pelo excesso de iodeto de chuva em humanos é a argiria, quando pele e olhos adquirem um aspecto azulado. E em microorganismos, essa substância reduz a atividade anaeróbica. 

Outros impactos negativos que vêm sendo investigados pela ciência são o aumento da acidez da água dos oceanos, a destruição da camada de ozônio e desregular os padrões de chuva, além de facilitar a ocorrência de inundações.

Viabilidade

No Carnaval de 2020, na cidade de São Paulo, uma das empresas que patrocinam essa festividade pagou para que uma empresa bombardeasse nuvens para que a chuva ocorresse fora da cidade e, assim, não interrompesse as festas de rua.

Contudo, na segunda-feira de Carnaval, foi registrado cerca de 40 milímetros na região central da cidade. Na época, meteorologistas da Universidade de São Paulo (USP) afirmaram que o cloud seeding não provoca a diminuição de tempestades necessariamente. A ideia da semeadura de nuvens começou a circular no Brasil nos anos 80, mas a eficácia de tal método é questionada e investigada até hoje.

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Heloisa Rocha Aguieiras 55 anos – formada em Jornalismo pela UFJF – Universidade Federal de Juiz de Fora – MG Pauteira da Ag Experta Media Fui repórter dos impressos: Jornal Comércio da Franca (Franca-SP) Jornal do Sudoeste (São Sebastião do Paraíso -MG) Fui assessora de Comunicação na Ag A Expressão 5 (SP) Atuo como revisora Faço locução Portfólio: https://heloaguieiras.com/